18 de mai. de 2012
Em
18.5.12
por
Dr. Renan Marino
em
Dengue
Foram divulgados nesta quinta-feira-17/05 - dados relativos à dengue neste primeiro quadrimestre (janeiro-abril) de 2012 no Brasil.
Causou estranheza o tom ufanista adotado pelo ministro da saúde Alexandre Padilha e pelo secretário de vigilância em saúde do ministério da saúde Jarbas Barbosa, ao anunciarem os números atuais da dengue no país, com certeza sub-notificados como é a regra clássica na Dengue.
Ambos deram destaque à queda estatística observada em relação ao ano anterior, já que foram 286.011 casos notificados em 2012 até agora, contra 507.798 casos em 2011, portanto queda de 44%. Porém, faltou uma análise mais detalhada quanto ao exame dos chamados casos graves, contabilizados em 8630, com 374 mortes em 2011, contra 1083, com 74 mortes em 2012. Uma simples regra de três já mostra que enquanto neste ano eles corresponderam a 6%, em 2011 representaram 4,5% dos casos, o que representa diferença significativa.
Mas a pergunta é: isto tem alguma importância? Sem dúvida, principalmente se considerarmos que esta mesma pesquisa revelou que o sorotipo IV, apenas recentemente reintroduzido no Brasil, já corresponde a 36,4% dos casos notificados este ano, perdendo apenas para o sorotipo I do vírus da Dengue que teve 59,3%. O que significa que agora temos neste ano as 4 variantes virais circulando conjuntamente pela primeira vez na população, e que seja bastante razoável concluirmos quanto a um potencial de maior gravidade dos novos casos de etiologia atribuídos ao sub-tipo IV, que se encontra claramente em franca ascensão e que até o final do ano provavelmente já será o padrão hegemônico entre nós.
Em 7 estados o número de casos já é maior que em 2011 no mesmo período: TO, PE, AL, SE, BA, RR, e MT. No Ranking Brasil de mortalidade por município, temos o RJ liderando com15 óbitos, seguido por Fortaleza com 5 óbitos, sendo que esta capital já atingiu 10.156 notificações até agora.
Renan Marino - Prof. Famerp - Mestre em Ciências da Saúde.
Causou estranheza o tom ufanista adotado pelo ministro da saúde Alexandre Padilha e pelo secretário de vigilância em saúde do ministério da saúde Jarbas Barbosa, ao anunciarem os números atuais da dengue no país, com certeza sub-notificados como é a regra clássica na Dengue.
Ambos deram destaque à queda estatística observada em relação ao ano anterior, já que foram 286.011 casos notificados em 2012 até agora, contra 507.798 casos em 2011, portanto queda de 44%. Porém, faltou uma análise mais detalhada quanto ao exame dos chamados casos graves, contabilizados em 8630, com 374 mortes em 2011, contra 1083, com 74 mortes em 2012. Uma simples regra de três já mostra que enquanto neste ano eles corresponderam a 6%, em 2011 representaram 4,5% dos casos, o que representa diferença significativa.
Mas a pergunta é: isto tem alguma importância? Sem dúvida, principalmente se considerarmos que esta mesma pesquisa revelou que o sorotipo IV, apenas recentemente reintroduzido no Brasil, já corresponde a 36,4% dos casos notificados este ano, perdendo apenas para o sorotipo I do vírus da Dengue que teve 59,3%. O que significa que agora temos neste ano as 4 variantes virais circulando conjuntamente pela primeira vez na população, e que seja bastante razoável concluirmos quanto a um potencial de maior gravidade dos novos casos de etiologia atribuídos ao sub-tipo IV, que se encontra claramente em franca ascensão e que até o final do ano provavelmente já será o padrão hegemônico entre nós.
Em 7 estados o número de casos já é maior que em 2011 no mesmo período: TO, PE, AL, SE, BA, RR, e MT. No Ranking Brasil de mortalidade por município, temos o RJ liderando com15 óbitos, seguido por Fortaleza com 5 óbitos, sendo que esta capital já atingiu 10.156 notificações até agora.
Renan Marino - Prof. Famerp - Mestre em Ciências da Saúde.